segunda-feira, 5 de março de 2012

Resposta

Para que exista um aumento do dinheiro em circulação muito para além das notas que são materialmente impressas, recorre-se ao processo da «expansão múltipla dos depósitos bancários», ou seja, o processo de criação de depósitos bancários.

Neste caso, o processo de criação de moeda é realizado através de empréstimos e débitos, em que os bancos aumentam o dinheiro em circulação para valores muito mais elevados. Sustentando esta ideia de criação através de depósitos e créditos, supomos que, a partir de um depósito inicial de 100€, por parte de um primeiro sujeito - em que esta quantia pertence ao mesmo - o mesmo valor poderá ser creditada a um segundo sujeito - em que o valor, a partir do momento que lhe é creditado, pertence ao mesmo -, aumentando assim o dinheiro existente nesse mesmo banco, já que o valor inicial foi multiplicado através deste processo.

Esta forma de criação de moeda, traduzida em operações de crédito, assume-se como o instrumento monetário preferido no nosso quotidiano, em que a desmaterialização da moeda acontece cada vez mais devido às facilidades de depósito de fundos monetários

Relativamente à dimensão dos depósitos, a Reserva Federal requer aos bancos que os mesmos mantenham reservas legais. A gestão dos fundos monetários depositados nestas instituições bancárias requer que uma percentagem dos fundos seja mantida na própria instituição bancária ou na Reserva Federal. Nestas reservas podem estar incluído dinheiro em caixa ou sob forma de depósito.

Assim, sem recorrer à produção de dinheiro materialmente impresso, os bancos criam moeda, neste ciclo de depósito e crédito.

domingo, 4 de março de 2012

Apont 2º ano


Jogo oferta e procura – resumido
Quando a procura aumenta relativamente à oferta, os preços sobem e os produtores têm mais lucros; quando acontece a oferta ser maior que a procura, os preços descem devido à criação de excedentes; o preço é determinado pela intersecção das linhas da oferta e da procura

Adam Smith (1723-1790)
- Figura de viragem do pensamento económico do século XVIII e originou as principais linhas de análise da economia capitalista das sociedades contemporâneas
- Em 1776 escreveu a Teoria da riqueza das Nações

- Foi contemporâneo de Etienne de Condillac (1714-1780), o qual publicou a sua obra no mesmo ano de Adam Smith, tendo uma perspectiva muito diferente deste. Teoria do valor inclui a lógica do mercantilismo do séc.XVII e a importância da escassez. A escassez mede-se através da diferença entre os recursos existentes e as necessidades. Um maior progresso significa melhores condições de vida e, mais escassez. Para Etienne de Condillac o valor do produto depende da sua utilidade e raridade. No entanto, esta posição foi criticada no sentido em que um produto exige sempre trabalho e a utilidade e a raridade são mutáveis num curto espaço de tempo.

- Adam Smith questiona-se o porquê de os preços serem determinados pelo cruzamento daquelas linhas e, dá como resposta, o valor-trabalho, ou seja, as flutuações dos preços justificam-se pelo trabalho que dá a produzir. No entanto, esta teoria foi criticada, pois:
·         o trabalho é exposto como uma unidade de medida, não havendo preocupação com a diversidade;
·         O valor trabalho é pensado apenas como o trabalho presente, imediato, não tendo em conta todo o trabalho anterior;
·      
   Existem dois valores que condicionam o preço, mas que são considerados extra: as rendas fundiárias e o lucro.


David Ricardo (1772-1823)
- Pegou na teoria do valor-trabalho de Adam Smith para tentar responder a duas perguntas: Porque é que o acordo de quem vende e quem compra se dá na intersecção das linhas? e O que dá valor a um produto?

- David Ricardo considera que o que dá valor a determinado produto é, e contrariamente a Smith, todo o trabalho de produção do mesmo e tudo o que contribui par ao bem que se está a produzir. O trabalho deixa de ser visto como homogéneo.

- Na sua época a renda fundiária já não tem tanto valor social.

- A flutuação dos preços é feita à custa ou em benefício do lucro, que é ainda visto como um extra e é realizado no mercado.

Lei da oferta e da procura – Com base no texto de Samuelson e Nordhaus e os meus apontamentos

- Quando a população tem possibilidades económicas para comprar determinado produto, a procura desse aumenta, o que significa o detrimento de um produto consumido num período anterior, ou seja, quando a procura por um produto aumenta o seu preço também aumenta, o que leva a um maior lucro para os produtores que, assim, podem aumentar os salários aos seus trabalhadores. O aumento de preços incentiva uma maior produção.

- Esta situação por outro lado, significa uma desvalorização de outro produto, que ao ficar nas prateleiras por falta de procura, diminuem os seus preços, logo, os produtores não apresentam lucros e os trabalhadores abandonam o seu sector de actividade para irem para aqueles em que os salários são mais altos.

- Á medida que os desejos, as necessidades, os métodos de produção, a oferta de recursos naturais e outros factores produtivos variam o mercado regista alterações nos preços e nas quantidades vendidas de bens e de serviços produtivos, criando-se um racionamento por preços.

- O preço do mercado é determinado onde as curvas da oferta e da procura intersectam, onde se equilibram.

- Quanto mais alto for o preço, menos as pessoas compram esse bem. Com os preços baixos acontece o contrário. Deste modo, existe sempre uma relação definida entre o preço de mercado de um bem e a quantidade desse bem que é procurada.

- Lei da procura decrescente - quando a quantidade do produtos aumenta o preço diminui. Razões para a validade da lei: a descida de preços gera novos compradores e permite comprar quantidades adicionais do produto. Se o contrário acontecesse, ou seja, o preço subisse, a quantidade procurada seria menor porque as pessoas tendem a substituir os bens mais caros por outros e sentem que estão mais pobres, o que leva a uma redução da compre dos bens correntes.

- Curva da procura – Mostra a relação entre quantidade e preço, no entanto 
não é apenas determinada por estes dois factores, engloba também: o rendimento médio dos consumidores, a dimensão do mercado, o preço e a disponibilidade de outros bens (particularmente daqueles que são bons substitutos, irão influenciar a curva da procura) e preferências ou gostos (podem incluir necessidades genuídas e até um pequeno número de artificiais. Podem sofrer influência da tradição).

- Deslocação da curva da procura – A curva da procura desloca-se e movimenta-se ao longo do tempo, nunca é estática, porque os factores determinantes estão sempre a alterar-se (à excepção do preço).

- Tabela numérica da procura - Entende-se por um quadro no qual são afixadas as diferentes quantidades de um bem que as pessoas estarão dispostas a comprar para cada preço diferente. Esta relação, uma vez transposta para um gráfico de P e Q, constitui a curva da procura DD.

- Função ou curva da oferta - é a relação entre os preços de mercado de um bem e a quantidade desse bem que os produtores estão dispostos a oferecer.É essencialmente determinada pelos custos de produção. O custo da produção pode ser reduzido com os avanços tecnológicos, o que altera a curva. Mas, mesmo que não existam avanços tecnológicos a curva da oferta desloca-se devido à modifiação do preço dos factores produtivos, do à modificação do tipo de mercado, aos preços de outros bens, a fenómenos meteorológicos.

- Equilibrio oferta e procura

D a D – curva da procura
S a S – curva da oferta
Exemplo A e B – nestes exemplos a quantidade de produtos procurada é inferior à quantidade de produtos oferecida, o que cria excedentes, que, para que os produtores não tenham um prejuízo grande, vão ser vendidos a preços mais baratos, ou seja, há uma pressão para baixar o preço.
Exemplo C – A procura equivale a oferta, o que faz com que ambas as curvas se intersectem, originando o preço de mercado mais justo para esse produto. Assim, quando os produtores descerem ou subirem os preços, é este o preço a que irão recorrer como base.
Exemplo D e E- a quantidade de produtos procurada é superior à oferta, o que faz com que exista uma pressão para que o preço suba, aumentando os lucros dos produtores.
- Quando as curvas da oferta e da procura se deslocam os preços alteram-se.

 Mercados:
- São a mão invisível que regulam a economia: regulam os preços, multiplicam os jogos de oferta e procura e optimizam a distribuição dos recursos naturais.

- A formação concorrencial dos preços raciona a oferta limitada de bens entre aqueles que os desejamos ou necessitamos, dispondo dos necessários votos monetários. Ao mesmo tempo que ajudam a decidir para quem, os preços de mercado indicam as alterações a fazer no que produzir e na forma como os bens serão produzidos. Mas cada mercado só “parcialmente” resolve o que, como e para quem. lsto é assim devido à interdependência de cada mercado em relação aos mercados de outros bens ou de outros factores produtivos na estruturação do sistema de equilíbrio geral dos preços.
- O esquema da oferta e da procura aplica-se estritamente a mercados perfeitamente concorrenciais tais como os mercados especialmente organizados para um conjunto de mercadorias fundamentais.
                             
Jevens (1835-1882)

- Obra mais importante escrita em 1871.

- Desenterra as concepções de Etienne de Condillac e constrói a teoria marginalista do valor, sendo esta a base do mundo económico capitalista. Esta teoria aponta para o facto de não haver valor fora do mercado, ou seja, valor intrínseco e valor trabalho não existem.

- Esta teoria levanta novamento o problema do porquê das linhas da oferta e da procura se intersectarem num determinado ponto e não noutro diferente e o porquê de divergirem entre produtos.

- Regressa-se à questão da raridade e da utilidade (a avaliação da última depende dos compradores, sendo subjectiva e psicológica).

- Nesta teoria a utilidade é quantificada, com base no quanto estamos dispostos a pagar por determinado produto, depois deste ultrapassar o ponto de equilíbrio.

- Segundo esta, o ponto de cruzamento da oferta e da procura é realizado através da utilidade.

- A utilidade marginal do produto é uma teoria tautológica, ou seja, tem as suas conclusões pressupostas no seu ponto de partida.




(ESQUEMA) 
-----» utilidade marginal do produto ----» o preço é definido pelo cruzamento das linhas -----» consiste no valor a seguir ao ponto de equilibrio -----» utilidade(...)

- Esta teoria não deu resposta às questões levantadas anteriormente, mas tornou-se numa teoria hegemónica na economia.

Marx (1818-1883)
- Obra mais importante escrita em 1867.
- Considerava que a teoria do valor tinha de ser posta em causa e negada pela ciência económica mainstream.
- Transforma a teoria do valor-trabalho em algo inócuo.

- Defende que o valor de troca não corresponde ao valor intrínseco de uma mercadoria mais a taxa de lucro corrente numa sociedade em causa, para Marx o lucro não é um extra, não é autónomo do valor, mas está incorporado nele.

- Tudo é trabalho, o lucro encontra-se neste meio porque o próprio trabalho é visto por Marx como uma mercadoria e por isso tem um preço de mercado (o lucro).

- Se o trabalho é uma mercadoria e de não é apenas o mercado que define os preços de uma sociedade mercantil e capitalista, qual é o valor do trabalho? Segundo Marx, o valor deste é a força de trabalho (capacidade de criar valor através do trabalho), sendo o seu valor de referência o necessário para reproduzir essa mesma força de trabalho, tendo ainda este valor que garantir o essencial do trabalhador durante a vida.

- Nesta perspectiva em termos de valor temos o trabalho passado e o presente, e em termos de custos os salários e os restantes gastos na produção da mercadoria. Assim o lucro surge como o trabalho realizado pelos trabalhadores e que não lhes foi pago e que é apropriada pelo capitalista (mais- valia). Esta mais valia é uma potencialidade até ser vendida, passando depois a lucro.

- Esta concepção mostra que o capitalismo é imoral e que deve ser substituído por outra relação económico-social.


Teoria de Marx sobre o capitalismo
1- trabalho passado
2- trabalho presente
3- força de trabalho
4- lucro

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- Mais valia-extra – para a obtenção de maiores lucros os capitalistas baixavam os salários dos seus trabalhadores conforme as correlações das forças sociais, existindo portanto, limites para esta prática. Os custos do trabalho passado têm flutuações o que permite que este seja reorganizado de forma a produzir mais com menos ou mais com o mesmo, o que faz com que o valor do produto fique inferior ao dos concorrentes. Nesta linha de pensamento, duas situações se podem dar: pode manter-se o mesmo preço do produto, apesar da produção deste ter sido mais barata, para obter mais lucros ou baixá-lo de forma a aumentar a competição ou, por outro lado, se a venda da mercadoria não for favorável pode conduzir à falência da empresa.

- Para Marx o motor do progresso é construído através dos interesses individuais, dos mecanismos e da mais-valia extra.

- O capitalismo foi o tipo de sociedade que mais incentivou o progresso, inclusive o material.

- Modos de produção:
·         Comunitarismo primitivo;
·         Esclavagismo;
·         Feudalismo;
·         Capitalismo;

- Os modos de produção são caracterizados por aspectos económicos relações sociais e políticas ligadas à produção material. Corresponde a um tipo de relações sociais e políticas de quem produz, distribui e se apropria da riqueza. Deriva de um desenvolvimento da força produtiva e das relações produtivas.

- O equilíbrio não é suposto existir, o que é normal, segundo a perspectiva histórica de Marx, é que existam sempre classes exploradas que se revoltem (as pessoas mocen-se em determinados quadros), ou seja, o motor da História é a luta de classes e é através dela que os modos de produção se sucedem.

- O que é essencial para caracterizar um modo de produção são as relações de produção e as forças produtivas. Qualquer modo de produção, em determinada fase, potencia o progresso das forças produtivas relativamente ao anterior. As forças produtivas quando atingem certo grau de desenvolvimento torna-se um obstáculo ao progresso. Também as relações de produção se tornam um obstáculo às forças produtivas que estão mais desenvolvidas.

- Todos os sistemas trazem consigo a sua morte porque todos têm contradições internas.


T


antrop Económica apontamentos 2

Meio de pagamento, meio de aforramento, equivalente de valor
Equivalente universal de valor
·         Metais
o   Relativa raridade e uniformidade
o   Durabilidade
o   Divisibilidade
Troca directa: trocas tal e qual como as conhecemos. É necessário encontrar no tempo e no espaço pessoas disponíveis para fazer a troca. Não envolve dinheiro.
Troca mediatizada (quase moedas): É trocado visto ser necessário mas só se troca o essencial, caso contrário acabam-se os recursos.
Troca monetária: é mediatizada mas existe uma autonomia do produto que serve de elemento intermédio nas trocas. Envolve quantias de dinheiro.

A criação do dinheiro por parte dos bancos
Os bancos aumentam o dinheiro em circulação para valores mais elevados.
Se o sujeito A deposita 100€ no banco, tem direito à mesma quantia, porém 95€ dos 100 foram emprestados ao sujeito B que continua a ter direito aos 95€, portanto houve criação de dinheiro a partir dos 100€ iniciais.
Graças aos empréstimos monetários as notas são uma pequena parte do dinheiro em circulação.

Inflação: subida dos preços
Deflação: descida dos preços
O dinheiro desvaloriza. A inflação não significa que todos os produtos aumentam de preço.


Fisher:
 Quanto maior a velocidade a que a moeda circula mais inflacção existe.
Quando a moeda começa a ser usada a grandes velocidades aumentam-se os juros para que as pessoas deixem de a usar (deflação).

Antropologia Económica - apontamentos 1

Antropologia Económica
Prof. Paulo Granjo

Bibliografia para o ensaio
- Paulo Granjo “Trabalhamos sobre um barril de pólvora”: homens e perigosa refinaria de Sines, ICS, 2004.
- Adolfo Yanes-Casal “Entre a dádiva e a mercadoria”, ensaio de Antropologia Económica, 2005.


Conceito economia – escassez de recursos e forma de gerir os mesmos através de alternativas

As necessidades das pessoas não são estáveis
Escassez é a diferença entre as necessidades e aquilo que está disponível
Conforme vamos suprimindo as nossas necessidades, vamos querendo sempre mais e melhor. Algo que antes não se apresenta como necessidade, passa a ser necessidade.

Quanto mais forem as nossas necessidades, a escassez também aumenta, porque continuamos sempre a querer mais
Quando se fala de escassez, fala-se de produção, de consumo e distribuição

Tendo em conta que se vive numa sociedade que produz essencialmente para vender interessa saber o porquê e como se faz essa equivalência

A escassez é a principal razão para o valor das coisas

(1714-1780) Étienne de Condillac:
Teorizou acerca do valor das coisas
1776 – o valor não existe

VALOR: assenta em dois factores principais - utilidade e raridade.
Quanto mais útil e raro, maior será o valor

- O valor não está dependente do custo da sua produção, mas sim da vontade de adquirir essa coisa.
O valor das coisas transforma a escassez em algo psicológico
E.C. diz que atribuímos mais valor às coisas que maior utilidade tem e às que receamos não obter.

Adam Smith (1725-1790), funda a economia como a conhecemos
1776 - Tratado sobre a riqueza das nações




OFERTA: interessa aos produtores, se o produto estiver a vender bem, vão querer produzir mais
PROCURA: interessa aos consumidores, se o produto existir em abundância e não for vendido, o preço tem que ser mais baixo

Pressupõe-se que entre os produtores e os consumidores existe uma relação equilibrada e justa.


ADAM SMITH & DAVID RICARDO




Hegemonia das teorias marginalistas
Jevens (1835-1882) – 1871

- A oferta determina a utilidade (quanto estamos dispostos a pagar por determinado produto)

«Quanto mais trabalho, menos valor as coisas têm»