1. Razões do descontentamento sentido em 1817: domínio inglês, poder despótico exercido pelos governadores do reino, miséria atroz, péssimas condições de vida para o povo.
2. Manuel, homem do povo, mendigo, miserável, que nada tem e nada pode, manifesta a sua total impotência, o seu total desalento perante o estado de coisas.
3. Primeira alusão a Gomes Freire de Andrade: sua ligação à liberdade; amizade para com o povo; o único que poderia dar a volta à situação profundamente disfórica por que passam.
4. Vicente procura denegrir a imagem de Gomes Freire de Andrade junto do povo, alertando-o para os efeitos nefastos da guerra, para o facto de aos generais só interessarem os pobres quando precisam deles para o combate e para o facto de o general ser estrangeirado, apelando para o trauma da invasão do país pelos franceses e ingleses.
5. Vicente prova que é um homem sem escrúpulos, sem quaisquer princípios morais, sem ideais, estando disposto a tudo para subir na vida, só se importando com as questões materiais.
6. Vicente mistura-se com os populares, fingindo estar com eles, partilhar as suas angústias, para os conseguir influenciar.
7. Aquando do encontro com os governadores, Vicente não diz o que pensa, mas o que julga que pode agradar, o que o possa favorecer mais, pondo, mais uma vez, em evidência a sua mesquinhez.
8. O Principal Sousa evidencia a sua obsessão pelo catolicismo.
9. O Principal Sousa e D. Miguel manifestam o desejo de manter Portugal no obscurantismo, na ignorância, longe das revoluções europeias, preocupando-se em manter os portugueses crentes fervorosos, sem nada questionarem, vivendo resignados na total ignorância.
10. A propósito do denunciante Andrade Corvo, Beresford critica mordazmente os portugueses, mostrando o seu desprezo por Portugal.
11. Em diálogo com Morais Sarmento, outro denunciante, Corvo, mostra que, tal como Vicente, só está interessado em subir na vida e contra-argumenta perante os receios do primeiro.
12. Beresford volta a mostrar a sua falta de consideração pelos portugueses, ficando bem claro que só colabora com a regência para atingir os objectivos pessoais.
13. Prova da injustiça reinante na “justiça”: não importa se se condena um inocente, desde que o “culpado” satisfaça os propósitos dos governadores.
I, pp. 61, 67, 70, 71
14. Na sua condição de homem do Clero, o Principal Sousa tenta limpar a sua imagem, sabendo que se deveria manter afastado da política e finge-se indignado perante a possibilidade de se condenar um inocente.
I, pp. 60-62
15. Beresford está consciente do facto de ser mal-amado em Portugal.
16. O perfil do “culpado ideal” está traçado, só falta encontrar um nome que nele se encaixe.
17. Prevêem-se julgamentos secretos, ultra-rápidos e logo seguidos da execução das sentenças, não dando oportunidade de defesa aos réus, condenados à partida.
18. O Principal Sousa e D. Miguel temem a revolução e a consequente perda de privilégios.
19. D. Miguel sonha com um país que mantenha viva a tripartição da sociedade em Nobreza, Clero e Povo e não concebe a vida sem uma distinção clara entre as classes sociais.
20. Faz-se a revelação do nome do responsável da conspiração, da conjectura da tão temida revolução – Gomes Freire de Andrade – e D. Miguel verifica que o general corresponde perfeitamente ao perfil do «chefe da revolta».
21. O ambiente de terror que os governadores fazem instalar em todo o país, através dos sinos tocando a rebate, dos tambores..., destina-se a convencer as pessoas de que se vive num estado de calamidade, para que os espíritos estivessem receptivos à urgência de os governadores reporem a ordem.
22. Manuel, profundamente irónico, assume o papel do mendigo e do nobre.
23. Jogo simbólico da luz/fogo relacionado com Gomes Freire de Andrade e a função que a sua morte assumirá no futuro do país.
II, pp. 80 e 140
24. Matilde revolta-se contra a injustiça reinante num mundo que premeia os cobardes, os hipócritas e os acomodados.
25. Matilde evoca toda a felicidade perdida e critica a mesquinhez e a inveja dominantes em Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário